oi taylor, como você tá? vai viajar na semana santa? eu vou pro interior da familia da minha mãe, e já estou sofrendo por antecipação. muitas crianças, zuada, barulho (muito pleonasmo aqui, não?) , carros de som, meus tios bebâdos, minhas tias comentando da minha vida, meus tios me humilhando por que eu faço serviço social e não direito, todos os meus parentes alfinetando uns aos outros sobre quem tem mais dinheiro e eu tentando enfiar minha cara em algum buraco ou me pintar da cor da parede pra ver se ninguém me nota.
Bom, mas enquanto o feriado não vem, quero dizer que minha semana lá no estágio foi muito boa, tem um paciente lá, o seu edimilson, que é um senhor de 53 anos de idade e eu gosto muito de conversar com ele, hoje ele falou pros outros pacientes que eu sou muito conversadera e inteligente e que eu divirto eles e que é muito bom me ter por perto, outros pacientes tambem concordaram com ele, disseram que é bom quando eu chego contando minhas piadas, falando da minha vida que assim eles se distraem e esquecem das "coisas ruins na cabeça".
Eu fiquei me sentindo tão bem quando ouvi isso, me sentindo útil, por que apesar da minha supervisora ter me dito trocentas vezes pra manter uma postura profissional, pra manter uma distancia entre mim e os pacientes eu não acho que seja assim que a coisa deva funcionar, eu acho que o tratamento deve ser o mais humanizado possivel, que a gente deve tratar o paciente como nós gostariamos de ser tratados, conversar, abraçar, ouvir, cuidar. Já é um sofrimento danado ser uma pessoa com transtorno mental, pra que transformar o tratamento dessa pessoa em mais outro transtorno?
Eu detesto ficar lá sentada na sala do serviço social, vendo papéis, carimbos e manuais reproduzindo a burrocracia estatal, eu gosto mesmo é de estar perto deles, conversando fiado, divertindo, contando piadas, tentando transformar aquele periodo de tratamento no menos doloroso possivel, eu já ouvi que eu sou assistente social e não palhaça, mas por que não posso ser as duas coisas? por que eu não posso ser um ser humano com eles? tenho que sempre ser uma máquina que só reproduz conceitos teórico-metodológicos?
Até por que, eu me sinto como um deles, eu sou um deles, e por isso mesmo me sinto bem a vontade estando com eles.
Se ser normal é aprender a ser besta e a reproduzir uma ordem social excludente e cruel, prefiro ficar assim, com meu jeito louco de trabalhar.
quarta-feira, 31 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
qual o assunto desse texto?
Tô fazendo um curso de saúde mental juvenil, quando cheguei na sala esperava ver carteiras, alunos sentados nelas, uma lousa e uma professora com roupas bonitas que eu nunca vou ter na vida. Mas ao chegar na porta vejo um monte de chinelos do lado de fora, ao abrir a porta vejo a professora sentada numa espécie de tapete voador do alladin, com uma calça igual a do genio do alladin e uma posição meio buda de se sentar. Outras pessoas estavam sentadas em outros tapetes que não eram do alladin, eu podia sentir o cheio de ervas inundando todo o ambiente, garrafas de chá sobre a mesa,sala a meia luz, muito fria, e então eu percebi que eu não veria apostilas, esquemas no quadro branco, nem aulas com slides.
era um curso de relaxamento, com técnicas de yoga (não, não era o pó de diamante nem o trovão aurora ataque) técnicas de rei ki e umas paradas lá que eu não sei do que se trata.
mas o que eu quero mesmo falar aqui, é que em um dado momento da meditação, ela pediu que imaginássemos que estávamos em um lugar tranquilo, com pessoas felizes e que lá poderiamos ser nós mesmos, sem precisar fingir.
foi aí que eu fiquei encucada. quem sou eu? (que pergunta idiota de filme de gente que tem amnésia) eu finjo tanto o tempo inteiro que eu nem sei mais como eu era, ou será que eu sou mesmo essa pessoa que sempre tira piada de tudo e que de vez em quando faz seus comentários cruéis e sarcásticos apenas para divertir seu público?
de qualquer forma, eu saí bastante relaxada da sala, o estágio nem me preocupa mais, to aprendendo a me adaptar à hipocrisia alheia, nem tenho mais tanto fôlego pra ficar sendo implicante com todo mundo, acho que to ficando velha.
minha rotina ta muito cheia, o que é bom, evita ociosidade corrosiva. Tenho que ler milhões de textos de antropologia, tenho que escrever um artigo que vai ser publicado em um livro sobre uma banda ou grupo de teatro daqui de teresina que eu ainda nem sei qual vou escolher, tenho que reelaborar meu plano de estágio e ler milhões de livros de psiquiatria.
como diria a flávia, ta ótimo.
mas ficaria melhor se eu não tivesse que ver algumas cenas absurdas na universidade e ter que fingir com a cara mais normal do mundo que eu não estava explodindo por dentro.
era um curso de relaxamento, com técnicas de yoga (não, não era o pó de diamante nem o trovão aurora ataque) técnicas de rei ki e umas paradas lá que eu não sei do que se trata.
mas o que eu quero mesmo falar aqui, é que em um dado momento da meditação, ela pediu que imaginássemos que estávamos em um lugar tranquilo, com pessoas felizes e que lá poderiamos ser nós mesmos, sem precisar fingir.
foi aí que eu fiquei encucada. quem sou eu? (que pergunta idiota de filme de gente que tem amnésia) eu finjo tanto o tempo inteiro que eu nem sei mais como eu era, ou será que eu sou mesmo essa pessoa que sempre tira piada de tudo e que de vez em quando faz seus comentários cruéis e sarcásticos apenas para divertir seu público?
de qualquer forma, eu saí bastante relaxada da sala, o estágio nem me preocupa mais, to aprendendo a me adaptar à hipocrisia alheia, nem tenho mais tanto fôlego pra ficar sendo implicante com todo mundo, acho que to ficando velha.
minha rotina ta muito cheia, o que é bom, evita ociosidade corrosiva. Tenho que ler milhões de textos de antropologia, tenho que escrever um artigo que vai ser publicado em um livro sobre uma banda ou grupo de teatro daqui de teresina que eu ainda nem sei qual vou escolher, tenho que reelaborar meu plano de estágio e ler milhões de livros de psiquiatria.
como diria a flávia, ta ótimo.
mas ficaria melhor se eu não tivesse que ver algumas cenas absurdas na universidade e ter que fingir com a cara mais normal do mundo que eu não estava explodindo por dentro.
domingo, 21 de março de 2010
ela é que é louca.
minha primeira semana de estágio se foi.
Uma nova rotina, horários, prontuários, entrevistas, assembléias, reuniões, jaleco impecável, sapato fechado, cabelo arrumado, e um sorriso constante na cara. Mas o mais dificil pra mim está sendo ter que ficar calada. Ver coisas absurdas acontecendo e todo mundo achando normal, todo mundo exercitando plenamente seu lado conformista. Meu lado conformista ta totalmente sedentário, ele não costuma se exercitar, pelo contrário, nem me lembro aqui se ele ja teve algum dia de glória intensa.
To acostumada com a rotina da universidade, horários flexíveis, reuniões democráticas, assembléia de estudantes, chinelas havaianas e all star e cabelo de qualquer jeito. Essa coisa de entrar na linha é dificil (parece que sou um bandido do tráfico tentando se regenerar)mas eu tenho que tentar. A minha maior reclamação diz respeito ao horário dos outros profissionais do hospital. o médico trabalha em torno de três horas semanais, a enfermeira umas oito horas, a psicóloga trabalha umas vinte horas e a assistente social trabalha umas 30. Por que o tempo do médico tem mais valor que o tempo da assistente social? os dois não estudaram na universidade? os dois não tem pós graduação e registro no conselho de classe? o estudo do médico é mais dificil? quem disse? e o pior é que alem de tudo, ele trabalha so essas três horas e deve ganhar o dobro da assistente social. ISSO É UM ABSURDO!
Mas a minha supervisora falou que eu tenho que aprender a me calar nas horas certas, que é assim mesmo, que as coisas eram assim desde sempre tudo isso so por que eu falei na reunião da equipe técnica do hospital algo como "ei, vocês não tem que cumprir um horário não? tipo assim um expediente?" eles ouviram, entenderam, se chatiaram, mas mudaram de assunto pra não me responder.
e eu fico nessa luta interna terrivel: falar ou me calar? me fingir de morta ou lutar pelo que é certo? justiça ou não ser expulsa de lá?
taylor, o que você acha disso?
Bom, pelo menos os pacientes são muito bons, gosto de conversar com eles, de saber de suas histórias, de seus sofrimentos, de como são pessoas guerreiras.
tô pensando em organizar eles pra gente fazer um protesto contra essa folga toda do médico e da enfermeira, será que vai dar certo?
Uma nova rotina, horários, prontuários, entrevistas, assembléias, reuniões, jaleco impecável, sapato fechado, cabelo arrumado, e um sorriso constante na cara. Mas o mais dificil pra mim está sendo ter que ficar calada. Ver coisas absurdas acontecendo e todo mundo achando normal, todo mundo exercitando plenamente seu lado conformista. Meu lado conformista ta totalmente sedentário, ele não costuma se exercitar, pelo contrário, nem me lembro aqui se ele ja teve algum dia de glória intensa.
To acostumada com a rotina da universidade, horários flexíveis, reuniões democráticas, assembléia de estudantes, chinelas havaianas e all star e cabelo de qualquer jeito. Essa coisa de entrar na linha é dificil (parece que sou um bandido do tráfico tentando se regenerar)mas eu tenho que tentar. A minha maior reclamação diz respeito ao horário dos outros profissionais do hospital. o médico trabalha em torno de três horas semanais, a enfermeira umas oito horas, a psicóloga trabalha umas vinte horas e a assistente social trabalha umas 30. Por que o tempo do médico tem mais valor que o tempo da assistente social? os dois não estudaram na universidade? os dois não tem pós graduação e registro no conselho de classe? o estudo do médico é mais dificil? quem disse? e o pior é que alem de tudo, ele trabalha so essas três horas e deve ganhar o dobro da assistente social. ISSO É UM ABSURDO!
Mas a minha supervisora falou que eu tenho que aprender a me calar nas horas certas, que é assim mesmo, que as coisas eram assim desde sempre tudo isso so por que eu falei na reunião da equipe técnica do hospital algo como "ei, vocês não tem que cumprir um horário não? tipo assim um expediente?" eles ouviram, entenderam, se chatiaram, mas mudaram de assunto pra não me responder.
e eu fico nessa luta interna terrivel: falar ou me calar? me fingir de morta ou lutar pelo que é certo? justiça ou não ser expulsa de lá?
taylor, o que você acha disso?
Bom, pelo menos os pacientes são muito bons, gosto de conversar com eles, de saber de suas histórias, de seus sofrimentos, de como são pessoas guerreiras.
tô pensando em organizar eles pra gente fazer um protesto contra essa folga toda do médico e da enfermeira, será que vai dar certo?
domingo, 14 de março de 2010
foi por uma.
preciso desabafar.
preciso bater, esmagar, esmurrar, arranhar, morder, esfolar, enforcar, furar, arrancar e matar.
Era uma prova simples, 10 questões de português, 10 questões de legislação do SUS e 30 de conhecimentos específicos. Eu ja fiz concursos piores, mais difíceis, com raciocínio lógico, informática, e a nível nacional. Esse era um concurso daqui de teresina, com poucas questões e aparentemente sem complicação. obviamente, a única coisa que eu estudei foi o SUS, por que aparentemente é o que parece ser o menos fácil. Mas, como o meu mar não anda muito pra peixe, a coisa toda teve que dar uma reviravolta absurda com o único objetivo de me ferrar totalmente. No item 5.4 do edital há uma parada que diz que para ser classificado o indivíduo precisa fazer no mínimo 50% de cada prova. Adivinha em que eu só fiz 40%?? em PORTUGUÊS!!! que deprimente! Nunca fiz menos que 70% nas outras provas de português que fiz anteriormente. Cara, to deprimida! As coisas não andam mesmo boas pra mim. Fora isso, acabei de encontrar o perfil do orkut do individuo que me deu o fora semana passada, é um menino, idiota e sem noção que gosta de se aparecer por que sabe tocar bateria e tem uns óculos cools. Na verdade até o mike shinoda se tivesse na minha frente seria alvo de duras críticas agora.
cadê a minha vida boa de antes? cadê a meia dúzia de caras me achando linda, inteligente e engraçada?
Uma bigorna daquelas da ACME de 15 toneladas caiu em cima da minha consciência nesse minuto. Preciso estudar mais, preciso fazer mais concursos, preciso começar a ganhar dinheiro. Já tô velha demais pra ser sustentada pelos pais.
Tô com vontade de chorar, de me achar a maior vítima do mundo e de pensar que nunca mais na vida serei alguém feliz. Mas isso seria mais deprimente ainda que acertar só 4 questões de português.
Amanhã começa meu estágio no hospital, amanhã começa uma nova rotina de trabalho, dizem que o certo é escraviário, que normalmente o estagiário é quem mais trabalha nas instituições e empresas. Espero que seja assim mesmo. To me achando criança demais, preciso tomar uma mega dose de realidade, sem acúçar ou adoçante. Preciso perceber que o mundo não gira ao redor do meu umbigo, e que as coisas não caem do céu (a não ser as bigornas da ACME) e que se eu quiser mesmo uma coisa eu deveria começar a fazer por onde.
o que eu aprendi com isso tudo é que a sorte não costuma ajudar você o tempo inteiro. Chega uma hora que ela começa a falhar, e é aí que você precisa mostrar que se a sorte te der as costas nem vai fazer tanta diferença assim, por que a competência vai estar ali pra te amparar quando precisar.
preciso bater, esmagar, esmurrar, arranhar, morder, esfolar, enforcar, furar, arrancar e matar.
Era uma prova simples, 10 questões de português, 10 questões de legislação do SUS e 30 de conhecimentos específicos. Eu ja fiz concursos piores, mais difíceis, com raciocínio lógico, informática, e a nível nacional. Esse era um concurso daqui de teresina, com poucas questões e aparentemente sem complicação. obviamente, a única coisa que eu estudei foi o SUS, por que aparentemente é o que parece ser o menos fácil. Mas, como o meu mar não anda muito pra peixe, a coisa toda teve que dar uma reviravolta absurda com o único objetivo de me ferrar totalmente. No item 5.4 do edital há uma parada que diz que para ser classificado o indivíduo precisa fazer no mínimo 50% de cada prova. Adivinha em que eu só fiz 40%?? em PORTUGUÊS!!! que deprimente! Nunca fiz menos que 70% nas outras provas de português que fiz anteriormente. Cara, to deprimida! As coisas não andam mesmo boas pra mim. Fora isso, acabei de encontrar o perfil do orkut do individuo que me deu o fora semana passada, é um menino, idiota e sem noção que gosta de se aparecer por que sabe tocar bateria e tem uns óculos cools. Na verdade até o mike shinoda se tivesse na minha frente seria alvo de duras críticas agora.
cadê a minha vida boa de antes? cadê a meia dúzia de caras me achando linda, inteligente e engraçada?
Uma bigorna daquelas da ACME de 15 toneladas caiu em cima da minha consciência nesse minuto. Preciso estudar mais, preciso fazer mais concursos, preciso começar a ganhar dinheiro. Já tô velha demais pra ser sustentada pelos pais.
Tô com vontade de chorar, de me achar a maior vítima do mundo e de pensar que nunca mais na vida serei alguém feliz. Mas isso seria mais deprimente ainda que acertar só 4 questões de português.
Amanhã começa meu estágio no hospital, amanhã começa uma nova rotina de trabalho, dizem que o certo é escraviário, que normalmente o estagiário é quem mais trabalha nas instituições e empresas. Espero que seja assim mesmo. To me achando criança demais, preciso tomar uma mega dose de realidade, sem acúçar ou adoçante. Preciso perceber que o mundo não gira ao redor do meu umbigo, e que as coisas não caem do céu (a não ser as bigornas da ACME) e que se eu quiser mesmo uma coisa eu deveria começar a fazer por onde.
o que eu aprendi com isso tudo é que a sorte não costuma ajudar você o tempo inteiro. Chega uma hora que ela começa a falhar, e é aí que você precisa mostrar que se a sorte te der as costas nem vai fazer tanta diferença assim, por que a competência vai estar ali pra te amparar quando precisar.
terça-feira, 9 de março de 2010
o dia em que eu saí de casa.
minha mãe não me disse filho vem cá, na verdade ela não disse nada, foi dormir, meu pai e a flávia ficaram com o bebê.
sábado, dez e quarenta da noite eu saio de casa, papai vai me deixar por que ele acha perigoso eu dirigir sozinha de noite (me senti tão adolescente quando papai me deixou na porta da festa), luana veio correndo pra me abraçar, ela ficou loira!! ta linda! kelsen tava lá do lado dela, como sempre, sua cara de bandido e seu coração de menino. eles formam um bonito casal.(são os padrinhos do nicolas) a karina e a aline também estavam la na porta me esperando, a aline ja tava com meu ingresso. era um show de duas bandas daqui de teresina, eita piula e validuaté (validuaté é minha banda favorita daqui do piaui e uma das melhores do mundo inteiro e da bahia), essa foi a primeira vez que eu sai de casa desde os seis meses de gravidez, estava achando tudo muito estranho, muitas pessoas, muito cigarro, muita bebida, zuada demais, mas encontrei muita gente da federal lá, meus amigos do CORDEL (coletivo regional de debates e estudos livres) e o pessoal da gestão passada do centro academico de história, foi divertido, conversar, rir, contar piadas, falar dos outros, maaas, três mulheres solteiras em uma festa, na faixa dos 21 anos, razoavelmente bonitas, pensam mais é nos seres humanos do sexo oposto. o baterista da primeira banda era lindo! cabelos cacheados bagunçados, branco, roupas que deveriam ser dois números maiores que o dele e uma cara de menino de 15 anos! (*___*)
estava eu ali curtindo minha paixão platonica quando a karina começa a conversar com um cara (se vocês vissem a karina entenderiam por que os caras começam a conversar com a karina do nada) e então o cara era irmão do sanfoneiro da banda (em teresina TODO mundo tem alguma especie de ligação) e ela falou pra ele falar com o irmão dele pra me apresentar o baterista, quando a karina veio me falar isso eu gelei! fiquei nervosa, branca, sei lá, o primeiro pensamento foi "eu não sei mais fazer isso, to velha demais pra essas coisas" faz um ano que eu não namoro com ninguém, não sei ficar com ninguém, então o show da primeira banda acabou e o cara "amigo" da karina foi nos apresentar, o nome do baterista era caio, joguei uma piadinhas legais ("os baterista são sempre injustiçados, não é? e bla bla bla") mas ele inventou que ia ali fazer sei la o que e não voltou, depois disso ficou passando por mim várias vezes mas nem olhava na minha cara. enquanto isso a karina ja estava conversando com outro cara, e esse cara tinha um amigo, então ela e a aline estavam la conversando e tal e tal...
eu, sozinha, no meio de um monte de gente quase conhecida, luana e kelsen ja tinham ido embora e minhas duas amigas estavam se ajeitando.
não que eu ache que uma festa só é boa quando se pega alguém, pelo contrário, o único cara da festa que eu estava disposta a ficar era o baterista, mas levar um quase fora de um cara que deve ter no máximo 16 anos é podre!
fiquei lá dançando um pouco com o pessoal de história, depois fui la pra fora pra ligar pra flávia pra ver se tava tudo bem com o bebê, e então, no meio do show do validuaté eu sai, eram duas horas da manhã e eu estava morrendo de saudade do meu filho, e percebi como eu sou muito doente da cabeça. o fato de eu não ter ficado com o baterista bonitinho me desqualifica como pessoa? isso quer dizer que eu sou feia, desprezível, chata e velha?
você tá sacando o nível que eu tô, taylor? nem garotinhos pirralhos eu to valendo mais. to na camada pré-sal e sequer achei o pote de ouro.
quer dizer, achei sim, terminei a noitada de sábado com meu bebê no colo e a sensação de que eu deveria aprender a valorizar as coisas certas.
sábado, dez e quarenta da noite eu saio de casa, papai vai me deixar por que ele acha perigoso eu dirigir sozinha de noite (me senti tão adolescente quando papai me deixou na porta da festa), luana veio correndo pra me abraçar, ela ficou loira!! ta linda! kelsen tava lá do lado dela, como sempre, sua cara de bandido e seu coração de menino. eles formam um bonito casal.(são os padrinhos do nicolas) a karina e a aline também estavam la na porta me esperando, a aline ja tava com meu ingresso. era um show de duas bandas daqui de teresina, eita piula e validuaté (validuaté é minha banda favorita daqui do piaui e uma das melhores do mundo inteiro e da bahia), essa foi a primeira vez que eu sai de casa desde os seis meses de gravidez, estava achando tudo muito estranho, muitas pessoas, muito cigarro, muita bebida, zuada demais, mas encontrei muita gente da federal lá, meus amigos do CORDEL (coletivo regional de debates e estudos livres) e o pessoal da gestão passada do centro academico de história, foi divertido, conversar, rir, contar piadas, falar dos outros, maaas, três mulheres solteiras em uma festa, na faixa dos 21 anos, razoavelmente bonitas, pensam mais é nos seres humanos do sexo oposto. o baterista da primeira banda era lindo! cabelos cacheados bagunçados, branco, roupas que deveriam ser dois números maiores que o dele e uma cara de menino de 15 anos! (*___*)
estava eu ali curtindo minha paixão platonica quando a karina começa a conversar com um cara (se vocês vissem a karina entenderiam por que os caras começam a conversar com a karina do nada) e então o cara era irmão do sanfoneiro da banda (em teresina TODO mundo tem alguma especie de ligação) e ela falou pra ele falar com o irmão dele pra me apresentar o baterista, quando a karina veio me falar isso eu gelei! fiquei nervosa, branca, sei lá, o primeiro pensamento foi "eu não sei mais fazer isso, to velha demais pra essas coisas" faz um ano que eu não namoro com ninguém, não sei ficar com ninguém, então o show da primeira banda acabou e o cara "amigo" da karina foi nos apresentar, o nome do baterista era caio, joguei uma piadinhas legais ("os baterista são sempre injustiçados, não é? e bla bla bla") mas ele inventou que ia ali fazer sei la o que e não voltou, depois disso ficou passando por mim várias vezes mas nem olhava na minha cara. enquanto isso a karina ja estava conversando com outro cara, e esse cara tinha um amigo, então ela e a aline estavam la conversando e tal e tal...
eu, sozinha, no meio de um monte de gente quase conhecida, luana e kelsen ja tinham ido embora e minhas duas amigas estavam se ajeitando.
não que eu ache que uma festa só é boa quando se pega alguém, pelo contrário, o único cara da festa que eu estava disposta a ficar era o baterista, mas levar um quase fora de um cara que deve ter no máximo 16 anos é podre!
fiquei lá dançando um pouco com o pessoal de história, depois fui la pra fora pra ligar pra flávia pra ver se tava tudo bem com o bebê, e então, no meio do show do validuaté eu sai, eram duas horas da manhã e eu estava morrendo de saudade do meu filho, e percebi como eu sou muito doente da cabeça. o fato de eu não ter ficado com o baterista bonitinho me desqualifica como pessoa? isso quer dizer que eu sou feia, desprezível, chata e velha?
você tá sacando o nível que eu tô, taylor? nem garotinhos pirralhos eu to valendo mais. to na camada pré-sal e sequer achei o pote de ouro.
quer dizer, achei sim, terminei a noitada de sábado com meu bebê no colo e a sensação de que eu deveria aprender a valorizar as coisas certas.
quinta-feira, 4 de março de 2010
maternidade, caridade e outras ades aí.
posso ouvir o sorriso dele em minha cabeça sem ao menos precisar me esforçar para isso.
posso sentir seu cheiro ao meu redor a quilometros de distancia.
posso sentir a maciez da sua pele em meus dedos sem precisar tocá-lo.
posso saber o que ele quer sem que ele precise me dizer.
a maternidade é mesmo algo incrível. nunca na vida tive tão bons motivos para ficar em casa o tempo inteiro. nunca na vida fui tão completa, tão amada, tão útil.
me chame de vagabunda, de rapariga, de burra, e até de fã do calypso,
me chame de idiota, retardada e até de sapatão
me chame de otária, de incoveniente e de sem noção
me chame de qualquer coisa, por favor me chame de qualquer coisa mesmo
desde que não me chame de mãe ruim.
não há uma coisa que possa me ferir mais do que isso. e quando eu ouço coisas do tipo: "tu devia era ficar mais tempo com teu filho!" ai eu morro.
Não havia uma coisa no mundo que eu gostasse mais que o movimento estudantil. mais do que o centro acadêmico, mais que minhas discussões e debates, mais do que meus encontros políticos, mais do que tardes inteiras discutindo representação estudantil e movimentos sociais.
e de repente, me vi mãe.
tudo mudou, inclusive minhas prioridades, deixei de querer passar uns dez anos na universidade vivendo de movimento estudantil, pra querer me formar o mais rápido possivel pra poder dar o máximo de conforto pro meu filho. Até por que, ser mãe solteira é dificil, você pode me dizer o que quiser taylor, que a sociedade evoluiu, que os tempos estão modernos, que o amor livre ta na moda e tudo mais, mas mesmo assim ainda hoje sou alvo de críticas, ainda hoje as pessoas me olham torto e comentam que no mínimo eu não valho nada, e eu me sinto agora ainda mais motivada pra mostrar que sim, eu valho alguma coisa, que eu posso ser boa, posso ser estudiosa, esforçada e boa pessoa, mesmo tendo um filho sem pai.
mudando agora totalmente de assunto, no post passado uma pessoa anonimamente fez um comentário que me deixou bastante pensativa. primeiramente achei que fosse algum ex namorado frustrado e rancoroso, mas pelo visto não é.
se não for um ex namorado, ou uma namorada de algum ex namorado, então pode ser uma pessoa que apenas está querendo me alertar pra uma coisa que eu sempre achei também mas que deixava no canto, debaixo do tapete.
eu realmente concordo que as vezes sou bastante fria, distante, que as vezes pareço ser superior ou algo do tipo (alguns amigos meus chamariam isso de viadagem)
mas eu quero dizer que eu to tentando, sério, de verdade.
desde que eu me aproximei mais da doutrina espírita eu tenho tentado mudar esse meu lado egoísta.
é que eu tenho medo das pessoas, elas ferem, matam, nos fazem em pedacinhos.
e por isso fiz esse muro todo, por isso as vezes pareço ser tão babaca.
é sempre bom ouvir umas verdades de vez em quando, obrigada.
posso sentir seu cheiro ao meu redor a quilometros de distancia.
posso sentir a maciez da sua pele em meus dedos sem precisar tocá-lo.
posso saber o que ele quer sem que ele precise me dizer.
a maternidade é mesmo algo incrível. nunca na vida tive tão bons motivos para ficar em casa o tempo inteiro. nunca na vida fui tão completa, tão amada, tão útil.
me chame de vagabunda, de rapariga, de burra, e até de fã do calypso,
me chame de idiota, retardada e até de sapatão
me chame de otária, de incoveniente e de sem noção
me chame de qualquer coisa, por favor me chame de qualquer coisa mesmo
desde que não me chame de mãe ruim.
não há uma coisa que possa me ferir mais do que isso. e quando eu ouço coisas do tipo: "tu devia era ficar mais tempo com teu filho!" ai eu morro.
Não havia uma coisa no mundo que eu gostasse mais que o movimento estudantil. mais do que o centro acadêmico, mais que minhas discussões e debates, mais do que meus encontros políticos, mais do que tardes inteiras discutindo representação estudantil e movimentos sociais.
e de repente, me vi mãe.
tudo mudou, inclusive minhas prioridades, deixei de querer passar uns dez anos na universidade vivendo de movimento estudantil, pra querer me formar o mais rápido possivel pra poder dar o máximo de conforto pro meu filho. Até por que, ser mãe solteira é dificil, você pode me dizer o que quiser taylor, que a sociedade evoluiu, que os tempos estão modernos, que o amor livre ta na moda e tudo mais, mas mesmo assim ainda hoje sou alvo de críticas, ainda hoje as pessoas me olham torto e comentam que no mínimo eu não valho nada, e eu me sinto agora ainda mais motivada pra mostrar que sim, eu valho alguma coisa, que eu posso ser boa, posso ser estudiosa, esforçada e boa pessoa, mesmo tendo um filho sem pai.
mudando agora totalmente de assunto, no post passado uma pessoa anonimamente fez um comentário que me deixou bastante pensativa. primeiramente achei que fosse algum ex namorado frustrado e rancoroso, mas pelo visto não é.
se não for um ex namorado, ou uma namorada de algum ex namorado, então pode ser uma pessoa que apenas está querendo me alertar pra uma coisa que eu sempre achei também mas que deixava no canto, debaixo do tapete.
eu realmente concordo que as vezes sou bastante fria, distante, que as vezes pareço ser superior ou algo do tipo (alguns amigos meus chamariam isso de viadagem)
mas eu quero dizer que eu to tentando, sério, de verdade.
desde que eu me aproximei mais da doutrina espírita eu tenho tentado mudar esse meu lado egoísta.
é que eu tenho medo das pessoas, elas ferem, matam, nos fazem em pedacinhos.
e por isso fiz esse muro todo, por isso as vezes pareço ser tão babaca.
é sempre bom ouvir umas verdades de vez em quando, obrigada.
quarta-feira, 3 de março de 2010
TEORIAS ABSURDAS - PARTE I
conversando com um amigo gay, um ex namorado e duas amigas com experiências em relacionamentos longos, cheguei a uma teoria bastante coisada: (pensei em um adjetivo melhor mas 'coisada' se aplica bem).
Os homens gostam mesmo é de proteger, cuidar, sentir que a mulher precisa dele, e não o contrário.
Já tive oito namorados em minha longa vida (explicação para isso: meus relacionamentos são quase sempre curtos e desses oito três foram virtuais) e em toda a minha vida só lembro de uma vez, um desses namorados ter pago uma entrada de cinema pra mim...e pronto!
era normal pra mim sair e pagar as cervejas do indivíduo e dos amigos dele, era normal comprar presentes caros sem nem ao menos ter uma data comemorativa que os justificasse, era normal pegar e deixar o cara em casa, servir ele quando iamos a restaurantes, cuidar das coisas dele quando iamos a clubes, cuidar quando ficavam doentes.
mas um dia, conversando com essas pessoas citadas no inicio do post eu percebi que fazer essas coisas não era normal! que na MAIORIA dos casais (pasmem!) é o homem quem faz essas coisas que eu costumo fazer.
eu tinha um ex que dizia que eu era o homem da relação, mas eu sempre achei que fosse brincadeira...
então agora parece que eu encontrei uma justificativa lógica e plausível para o fato de meus relacionamentos tenderem ao fracasso desde sempre.
por isso eles me trocaram por mulheres frágeis, meigas e dependentes deles financeira e intelectualmente.
eu sempre me orgulhei de ser forte, independente, segura, mas agora eu vejo que essas não são qualidades apreciadas pela maioria dos homens...
é como se pra eles eu fosse tão independente que eu não precisava deles ao meu lado...
mas eu preciso...
é que eu gosto de cuidar, de ajeitar, de mimar, mas tambem gostaria que fizessem isso comigo, mas nunca fizeram... tanto que até hoje só ganhei rosas uma vez na vida...logo eu que sempre achei tão lindo ganhar flores...
então garotas, se vocês querem mesmo conquistar um homem, comecem dependendo dele, deixando ele pagar tudo, em hipótese alguma demonstre que você é mais inteligente e mais culta que ele, deixe que ele pense que ele é o cara mais engraçado do mundo, não compre presentes fora de datas comemorativas, não o sirva, não pague as cervejas dele, enfim, demonstre ser totalmente dependente, quem sabe assim você consiga fisgar o partidão, casar com ele, e aí sim, mostrar quem você é de verdade: mais engraçada, inteligente, culta, e financeiramente estável do que ele.
post de sacaneamento com verdades implícitas.
Os homens gostam mesmo é de proteger, cuidar, sentir que a mulher precisa dele, e não o contrário.
Já tive oito namorados em minha longa vida (explicação para isso: meus relacionamentos são quase sempre curtos e desses oito três foram virtuais) e em toda a minha vida só lembro de uma vez, um desses namorados ter pago uma entrada de cinema pra mim...e pronto!
era normal pra mim sair e pagar as cervejas do indivíduo e dos amigos dele, era normal comprar presentes caros sem nem ao menos ter uma data comemorativa que os justificasse, era normal pegar e deixar o cara em casa, servir ele quando iamos a restaurantes, cuidar das coisas dele quando iamos a clubes, cuidar quando ficavam doentes.
mas um dia, conversando com essas pessoas citadas no inicio do post eu percebi que fazer essas coisas não era normal! que na MAIORIA dos casais (pasmem!) é o homem quem faz essas coisas que eu costumo fazer.
eu tinha um ex que dizia que eu era o homem da relação, mas eu sempre achei que fosse brincadeira...
então agora parece que eu encontrei uma justificativa lógica e plausível para o fato de meus relacionamentos tenderem ao fracasso desde sempre.
por isso eles me trocaram por mulheres frágeis, meigas e dependentes deles financeira e intelectualmente.
eu sempre me orgulhei de ser forte, independente, segura, mas agora eu vejo que essas não são qualidades apreciadas pela maioria dos homens...
é como se pra eles eu fosse tão independente que eu não precisava deles ao meu lado...
mas eu preciso...
é que eu gosto de cuidar, de ajeitar, de mimar, mas tambem gostaria que fizessem isso comigo, mas nunca fizeram... tanto que até hoje só ganhei rosas uma vez na vida...logo eu que sempre achei tão lindo ganhar flores...
então garotas, se vocês querem mesmo conquistar um homem, comecem dependendo dele, deixando ele pagar tudo, em hipótese alguma demonstre que você é mais inteligente e mais culta que ele, deixe que ele pense que ele é o cara mais engraçado do mundo, não compre presentes fora de datas comemorativas, não o sirva, não pague as cervejas dele, enfim, demonstre ser totalmente dependente, quem sabe assim você consiga fisgar o partidão, casar com ele, e aí sim, mostrar quem você é de verdade: mais engraçada, inteligente, culta, e financeiramente estável do que ele.
post de sacaneamento com verdades implícitas.
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