quarta-feira, 16 de março de 2011

confissões de uma pós adolescente em crise.

São seis e meia da manhã. Uma hora atípica para eu estar acordada. Acordei com uma sensação estranha, um gosto amargo na boca, a respiração pesada e lenta e um peso enorme na região do peito. Como se eu estivesse triste, muito muito triste. Uma vontade grande de chorar, rios e rios de lágrimas.

Na verdade eu não estou realmente triste, não estou reclamando da minha vida nem nada. Comparada a vida de outras tantas mães solteiras por aí, a minha é o paraíso. Meus pais são criaturas realmente incríveis! se tivesse um troféu melhores do ano do faustão com a categoria pais, os meus sem dúvida seriam os favoritos ao título.

A questão é que eu sou grande, tenho um coração enorme, e pra preenchê-lo é preciso muita coisa, não necessariamente muitas pessoas, mas muito sentimento. Em relação a sentimentos familiares estou plenamente satisfeita e saciada. O que me falta um pouco são amigos, mesmo, aqueles companheiros de todo dia, pra se importarem com você e pra não se importarem se você está com um pijama horrível que sua avó lhe deu no natal de 2003.

Eu tenho alguns bons amigos, mas são também atarefados, moram longe ou são rapazes comprometidos e suas namoradas me impedem que eu me sinta realmente a vontade com eles. A questão toda é que era bem mais fácil ter e manter uma amizade na época do colégio. Agora com tempos fragmentados, individualismo, pressão, correria, prazos, pessoas multitarefas e desencontros nem sempre há como se encontrar com os seus. E bom, essa coisa de amizade do dia a dia tem me feito muita falta.

Outra coisa que pode ser um fator gerador de dor é a questão de como as pessoas ao meu redor encaram a maternidade. Aqui em casa, principalmente a minha irmã, é dona de dizer que mãe não pode ir pra centro espírita, mãe não pode ir pra shopping com as amigas, mãe não pode sair até tarde, mãe não pode namorar, mãe não pode ter vida social. Isso é um conflito crítico. Por que eu sempre fui da rua, do mundo. Eu definho ficando em casa, sério mesmo. E eu tenho tentado, desde que o bebê nasceu, conciliar as duas coisas, minha vida de pessoa, ser humano e a de mãe. Mas ao que vejo são dois universos completamente paralelos e um é excludente do outro. Traduzindo: mãe tem é que sofrer mesmo. Aí é que entra a questão que se meu filho tivesse um pai, talvez essa dor e essa cobrança seriam divididos, mas como só sou eu, eu sou A responsável, então, é tudo nas minhas costas mesmo. O pai nunca deixou de sair por causa do bebê. A mãe abdica de quase tudo. Tá justo isso, José?

Além disso tudo, que já não é pouca coisa, eu ainda me sinto só. Muito só. Não é que eu seja uma pessoa dependente de namorado ou coisa assim, mas é que eu acho bom me sentir amada, me sentir mimada, me sentir cuidada, até por que, se não for pelo namorado, vai ser por quem? meus pais aqui em casa nos criaram em um regime que dar carinho e afeto parece demonstrar fraqueza. Eu queria ter uma pessoa pra contar as minhas dores, pra dizer que sou a maior vítima do mundo e ele me entender, me ouvir com atenção. Queria ser a garota mais importante na vida de alguém, e não uma terceira ou quarta opção. Queria também amar, me interessar, queria conhecer alguém que mexesse comigo, que eu achasse o cara mais incrível do mundo e que eu me sentisse a mulher mais sortuda e protegida de todas por ter ele ao meu lado.

qual foi a última vez que eu disse eu te amo? eu nem me lembro mais.

enfim, esse blog é um espaço para eu postar esse tipo de mimimi, até por que, se eu falar disso com alguém, as pessoas ou vão ficar com pena de mim ou vão querer me ver longe. ninguem gosta de ninguem que parece ser fraco ou sensível demais.

embora eu ache que eu nem sou tão assim, me acho até forte, até por que, permanecer nesse planeta aqui, como encarnado, é coisa para os fortes.

segunda-feira, 7 de março de 2011

reatando o relacionamento

Sim queridos leitores, vou reativar essa bagaça, ou pelo menos é o que espero. Eu poderia falar sobre inúmeras coisas, sobre como estou aperreada com a minha monografia e não vejo como posso parir 100 páginas em quatro meses; poderia falar de como minha vida amorosa está uma coisa linda de se ver (na boa, eu trocaria meia dúzia de de tira gostos por uma refeição de verdade) ou de como meu filho está a coisa mais linda e gostosa do mundo.

Vou começar falando de como é difícil pra mim lidar com os vários papéis sociais que me são cobrados. Ser filho não é uma coisa fácil, você bem deve saber do que falo, caro leitor. Morar na mesma casa com duas pessoas que você ama indiscutivelmente mas que elaboram as mais loucas estratégias para podar o máximo possível a sua liberdade e arrancar qualquer migalha de diversão da sua vida é coisa para os fortes. Enfim, viver como filho, é mesmo uma grande contradição e uma espécie de estágio para o que te espera no futuro - (música fúnebre) - o tão temido c a s a m e n t o.


Ah a universidade! de quando sai o resultado do vestibular até o segundo período é tudo uma maravilha! tudo novo! tudo atrativo! tudo surpresa! festas! homens! amigos! farras! viagens! você vive em 4 meses o que não tinha vivido nos últimos três anos de ensino médio. Mas o primeiro periodo passa, voando, diga-se de passagem. O segundo período também. No terceiro as coisas apertam um pouco, no quarto parecem chegar perto do desespero. Mas nada, NADA se compara à época da monografia. Pressão! Falta de tempo! Muitos livros! cabeça em branco! Onde foram todas as minhas idéias?! quem eu vou precisar pagar pra fazer essa porra pra mim? é meu amigo, são tempos difíceis, e eu estou exatamente no começo disso aí. Tenso.

Vida amorosa? ã? eu tive uma um dia? (uma pessoa que teve dez namorados na vida não pode reclamar de falta de vida amorosa.) Mas é que esse ainda é um ponto confuso na minha cabeça. Nada nada certo. Nada que valha a pena, que eu possa apostar, só idéias e possibilidades, isso me impacienta. Mas enfim, como já me disseram muito esses últimos tempos, deixa estar, relaxe que vem. To relaxando viu, grande amor da minha vida? se quiser vir já pode!

E, o melhor de todos os papéis, e também o mais difícil: a maternidade. Minha gente do céu! o que é meu filho jogando bola? incrível a técnica, a habilidade, a destreza, a genialidade! Messi será uma mera lembrança perto dos feitos do meu filho. Falando sério agora, não querendo ser clichê mas já sendo, aprendi muito. Cresci muito. Deixei de ser tão egoísta, de ser tão impaciente, penso mais nas coisas, no futuro, e essas coisas de gente grande. Não fosse ele, minha vida hoje seria uma grande bagunça e incerteza, certeza! Obrigada por me fazer crescer, filho! (na marra e aos trancos e barrancos, mas eu cresci.)

e no mais, é isso aí! Sonho, Acredito, Luto! e o que vier pela frente, estou preparada. Essa rocha aqui já aguentou muita coisa e aguentará muito mais!

:)