quinta-feira, 4 de março de 2010

maternidade, caridade e outras ades aí.

posso ouvir o sorriso dele em minha cabeça sem ao menos precisar me esforçar para isso.
posso sentir seu cheiro ao meu redor a quilometros de distancia.
posso sentir a maciez da sua pele em meus dedos sem precisar tocá-lo.
posso saber o que ele quer sem que ele precise me dizer.

a maternidade é mesmo algo incrível. nunca na vida tive tão bons motivos para ficar em casa o tempo inteiro. nunca na vida fui tão completa, tão amada, tão útil.

me chame de vagabunda, de rapariga, de burra, e até de fã do calypso,
me chame de idiota, retardada e até de sapatão
me chame de otária, de incoveniente e de sem noção
me chame de qualquer coisa, por favor me chame de qualquer coisa mesmo
desde que não me chame de mãe ruim.

não há uma coisa que possa me ferir mais do que isso. e quando eu ouço coisas do tipo: "tu devia era ficar mais tempo com teu filho!" ai eu morro.

Não havia uma coisa no mundo que eu gostasse mais que o movimento estudantil. mais do que o centro acadêmico, mais que minhas discussões e debates, mais do que meus encontros políticos, mais do que tardes inteiras discutindo representação estudantil e movimentos sociais.

e de repente, me vi mãe.

tudo mudou, inclusive minhas prioridades, deixei de querer passar uns dez anos na universidade vivendo de movimento estudantil, pra querer me formar o mais rápido possivel pra poder dar o máximo de conforto pro meu filho. Até por que, ser mãe solteira é dificil, você pode me dizer o que quiser taylor, que a sociedade evoluiu, que os tempos estão modernos, que o amor livre ta na moda e tudo mais, mas mesmo assim ainda hoje sou alvo de críticas, ainda hoje as pessoas me olham torto e comentam que no mínimo eu não valho nada, e eu me sinto agora ainda mais motivada pra mostrar que sim, eu valho alguma coisa, que eu posso ser boa, posso ser estudiosa, esforçada e boa pessoa, mesmo tendo um filho sem pai.



mudando agora totalmente de assunto, no post passado uma pessoa anonimamente fez um comentário que me deixou bastante pensativa. primeiramente achei que fosse algum ex namorado frustrado e rancoroso, mas pelo visto não é.

se não for um ex namorado, ou uma namorada de algum ex namorado, então pode ser uma pessoa que apenas está querendo me alertar pra uma coisa que eu sempre achei também mas que deixava no canto, debaixo do tapete.

eu realmente concordo que as vezes sou bastante fria, distante, que as vezes pareço ser superior ou algo do tipo (alguns amigos meus chamariam isso de viadagem)

mas eu quero dizer que eu to tentando, sério, de verdade.

desde que eu me aproximei mais da doutrina espírita eu tenho tentado mudar esse meu lado egoísta.

é que eu tenho medo das pessoas, elas ferem, matam, nos fazem em pedacinhos.

e por isso fiz esse muro todo, por isso as vezes pareço ser tão babaca.



é sempre bom ouvir umas verdades de vez em quando, obrigada.

5 comentários:

João disse...

Bem, pessoas pra criticar sempre vão existir, em toda e qualquer situação, independente do quão bem ou mal você esteja se saindo no que você fizer ou do nível de dedicação que você tiver. A questão é saber separar o tipo de crítica que vai te ajudar do tipo de crítica que é feita só por babaquice mesmo.

(Tive um momento mestre Yoda agora. Pegar mais leve consigo mesma você deve, pequena Fernanda)

Fernanda disse...

e depois ainda reclama quando eu te chamo de idoso! :P

Flávia disse...

Primeiro, você é uma ótima mãe, claro. Eu que não sou uma ótima tia.

E concordo com o que o João falou.

Marina disse...

também concordo com o João!

Anônimo disse...

"eu realmente concordo que as vezes sou bastante fria, distante, que as vezes pareço ser superior ou algo do tipo (alguns amigos meus chamariam isso de viadagem)

mas eu quero dizer que eu to tentando, sério, de verdade"

E ANTERIORMENTE VOCÊ DIZ:

"mesmo tendo um filho sem pai"

?