domingo, 21 de fevereiro de 2010

não quero ser Fukuyama

papai comprou a revista veja dessa semana com a Dilma Rousseff na capa. estou a alguns minutos vendo umas fotinhas bonitinhas do nicolas no computador e refletindo se eu estou ou não virando Dilma.

Dilma Rousseff, atual ministra da casa civil do governo Lula, era uma entusiasta da causa socialista quando jovem. participou de grupos de "guerrilha armada" na época da ditadura, grupos esses responsáveis por ataques a bancos e a instituições públicas.

e hoje ela é o braço direito do poderoso chefão e ao invés de atacar os bancos, dá-lhes cafunés e agrados.

qual o motivo de toda essa mudança? como pode uma pessoa defender com unhas, dentes e explosivos uma idéia e anos depois defender com plásticas, botox e unhas pintadas outra idéia totalmente oposta?

dizer que a resposta para isso tudo é dinheiro e poder seria simplificar a coisa, acho que os motivos não podem ser assim tão simplórios.

mas voltando a mim...

eu, desde que me entendo por gente, gostei de ser a contestadora.

lembro-me claramente das brincadeiras no jardim de infancia, de quando ia reclamar pra tia francelina (coordenadora do colégio) que o fulano tinha me batido e ela com um olhar falsamente preocupado dizia "-não tem nada não, é assim mesmo"

COMO ASSIM É ASSIM MESMO???

eu me revoltava! não podia ser assim! por que? quem quis? quem disse? por que não ser de outro jeito?

e assim começou minha caminhada rumo a algum lugar que eu não sei bem aonde fica.

e foram seguindo-se episódios semelhantes, como quando demitiram um professor queridisimo de redação somente por que ele levava violão pra sala e ficava cantando com a gente ao invés de mandar a gente escrever 30 redações no mês.

fiquei p. da vida, entrei de sala em sala, pedindo pros estudantes irem pro pátio, subi em um banco e comecei a discursar, que aquilo era injusto, que eles deveriam ter nos consultado, que aquilo era uma escola de pessoas e não de máquinas e bla bla bla

RESULTADO: tirei 0 no simulado e meu pai foi chamado na direção, meu pai disse que eu era muito irresposável e tudo mais (ele é funcionário do colégio, e eu sempre estudei com bolsa de estudos,o que agravou mais ainda minha bronca)

enfim, mesmo assim, não desisti, e na universidade encontrei espaço pra exercer de fato meu lado revolucionário.

discursei, viajei, briguei, protestei, virei noites discutindo politica, subi em carros de som pra gritar palavras de ordem, amanheci o dia na universidade pra impedir que colocassem grades nos corredores...

mas ai veio o nicolas, e esse meu lado revolucionário que era pra mim a coisa mais importante, de repente perdeu a prioridade.

me formo esse ano, e logo virá o trabalho, o mestrado, as contas...

fico aqui pensando, perderei eu meus sonhos e a vitalidade de lutar dos meus tempos áureos? virarei eu uma Dilma Rousseff??

espero que não, e a propósito, não votem na Dilma, esse post não é uma propaganda do PT/PSDB ou qualquer P desses.

4 comentários:

Flávia disse...

Ainda não li a Veja, mas o papai praticamente dita as reportagens pra gente. Perde toda a graça hahahahahaha.

Eu não vou votar na Dilma. (mas também não sei em quem vou votar).

Acho que o caminho de todo mundo é assim mesmo, Danda, é assim mesmo. HAHAHAHAHAHA.

Na luta sempre!

Marina disse...

Continue lutando pelos seus ideais!
eu também já fui representante da turma e sempre reivindicava na coordenação contra as injustiças que eles cometiam!

(na maioria da vezes eu queria só que eles mudasse a data da prova e diminuíssem a carga horária)

Anônimo disse...

Vote no Serra, Flávia!

João disse...

Bem, acho que as vezes as necessidades mudam a nossa forma de lutar pelas coisas ou mudam a nossa forma de ver em quais lutas devemos entrar. (na faculdade eu era do centro acadêmico também, mas estava na área que marcava festas e eventos esportivos...)